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A mídia tem o dever de informar e expor para a visão pública os fatos relevantes para a sociedade. Porém, mídia é comércio e visa ao lucro dos seus impressos e veículos de comunicação que administra. Sendo assim, pela mediocridade e perversidade humana em ter interesse em saber sempre pelo que é de ruim que acontece no mundo, pessoas de ínfima significância acabam tendo ampla notoriedade depois que morrem.

A morte acaba celebrizando a quem não teve um devido valor artístico, moral ou pessoal na vida. Esse sensacionalismo ignóbil só visa a ludibriar as pessoas tentando como vê-las para um problema que não é delas. E daí que o Lombardi do SS morreu ? Que importância ele tinha ? Nenhuma. O quê que ele fazia que qualquer um outro não pudesse ? Absolutamente, nada. Quem vai sentir saudade daquela voz que anuncia os prêmios que Silvio Santos dá aos pobretões que participam do seu programa ?

Sob a desculpa de dar uma última homenagem, a imprensa dá um meliante prestígio a quem em vida nunca teve ou fez por merecer. Foi com uma imensa ojeriza que vi de relance na tv do supermercado no momento que estava fazendo compras, várias pessoas passando perto do caixão do Lombardi para vê-lo. Parecia o funeral do Michael Jackson. Pra quê isso ? Que imbecilidade foi aquela ? Hipocrisia e alienação pura. Eu fiquei me perguntando como é que um país como o Brasil , com tantos problemas, desempregos , violência social e dificuldades de se viver com dignidade, pode existir pessoas tão vagabundas a ponta de ir ao enterro de um ser tão “nada” como era o Lombardi. Parecia que as pessoas não tinham nada pra fazer em plena manhã de uma quinta-feira.

Em outra ponta dos fatos, Leila Lopes “aparentemente”, se suicida. Justo agora que tinha jogado a carreira pelo ralo fazendo um filme pornô, sob a desculpa de juntar uma grana para nunca precisar do atendimento do SUS na vida ( como se precisar do atendimento de um hospital público fosse mais vergonhoso que fazer um filme pornô). Talvez se ela soubesse que morreria tão rápido e fulminantemente, ela não tivesse vendido o corpo dando a buceta em público e jogado uma honrada imagem pelo ralo. Até atriz da rede globo ela foi. Sabe quantas pessoas que fazem teatro sonham pegar um papel naquela ultrajante novelinha chamada Malhação ? Ademais, agora que ela se fudeu de vez, querem fazer uma retrospectiva de sua carreira e dar uma notoriedade  a ela que nunca teve. Vai dar saudades ? Ela era uma grande atriz ?  Pessoa íntegra ? Mulher descente ? BLÁBLÁBLÁBLÁ e BLÁBLÁ. ...Na hora em que ela mais precisou, ninguém chegou. Isso é um fato!

No caso de pessoas anônimas é um pouco diferente. Dá-se ênfase a brutalidade com que a morte ocorreu e não à pessoa.Quem foi ou deixou de ser não interessa, ninguém conhecia mesmo. O que importa é a brutalidade com que foi morta. Quem não se lembra do menino que foi arrastado preso ao cinto de segurança pelas ruas do RJ, sendo esmagado pelo pneu traseiro do veículo aos olhos cru das pessoas ? Quem nunca ouviu falar da morte de mais de 10 mulheres que ainda tiveram seus cadáveres violentados por um maníaco caolho ? Quem foi mesmo aquela garota morta pelo namorado, depois de ter sido seqüestrada por ele e que todos dizem, até hoje, que a polícia errou na operação de resgate ? Essa eu me lembro, foi uma tal de Eloá. A mãe dela doou seus órgãos( louvável atitude) e a tramitação das investigações do que pode ter ocorrido na operação tramita até hoje na justiça.

Resumindo essa bosta: têm pessoas que ganham muito mais notoriedade depois que morrem do que quando estão vivo. A indústria da morte noticiada dá lucro. Não para quem se fode, porque não embolsará nada mesmo, mas para quem algum vínculo com o nome e a pessoa de quem falece. A pergunta que não quer calar é: Por que não noticiam, com a mesma ostentação, o nascimento das pessoas tão quanto credibilizam as suas mortes ? Não sei bem a resposta pra isso. Tudo que sei que há um grau considerável de desumanidade e frieza nisso e não de pêsames como tentam sordidamente transpassar.

1 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.

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