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O chanceler e reverendo da Universidade Presbiteriana Mackienzie, Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes, divulgou uma carta pública no site da instituição na última terça-feira (10) declarando que a comunidade Presbiteriana e a instituição de ensino a qual ele representa é contra a aprovação da lei "anti-homofobia".
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Intitulado "Manifesto Presbiteriano sobre a Lei da Homofobia", o texto inicia citando o Salmo 1 e, apoiado nele, atenta para o fato de que a cultura brasileira está "permeada pelo relativismo moral e cada vez mais distante de referenciais que mostram o certo e o errado".
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Já no segundo parágrafo, o reverendo vai direto ao ponto e diz que no momento atual "uma questão tem chamado a atenção do povo brasileiro, é o projeto de lei em tramitação da Câmara que pretende tornar crime manifestações contrárias à homossexualidade". Seguindo o jargão religioso, Gomes Lopes diz que a comunidade presbiteriana respeita "todas as pessoas", mas que também defende o direito de poder criticar estilos de vida que estejam em desacordo com as ideias da igreja, no caso, a homossexualidade.
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O manifesto afirma que pretende servir de orientação para a comunidade acadêmica. A carta continua e diz que repudia a ideia de que as manifestações bíblicas contra a homossexuais sejam caracterizadas como homofóbicas. Diz ainda que os profissionais da igreja têm o direito de criticar estilos de vida que não são compatíveis com a vida na fé.
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Mais adiante, a carta contrária ao PLC 122 afirma que a Carta Magna de 1988 já prevê "direitos e garantias individuais a todos os cidadãos". O texto e seu autor revelam uma falta de conhecimento da realidade, do Projeto de Lei 122 e até mesmo da citada Carta Magna, pois diz que os homossexuais contam com o "reconhecimento da sua união estável, a adoção por homossexuais, o direito patrimonial e a previsão de benefícios por parte do INSS..."
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Ao fim do texto, há uma inversão de papéis e o chanceler da Universidade Mackenzie diz que o PLC 122 "afronta os Direitos Humanos" e diz que "pregar contra o homossexualismo (sic) não é homofobia", repetindo outro jargão religioso de que o PLC "maximiza direitos a um determinado grupo".
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REPÚDIO
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Há de convir que nestas palavras do referido chanceler paira uma nítida concepção religiosa defrasada e preconceituosa quanto a pessoas naturalmente tendenciosas a orientação sexual concernente a homossexualidade. Tentando sair desse âmbito abstrato, infundado e mal embasado da religiosidade, ele aponta que o INSS já é o garantidor de direitos dos homossexuais. Desta forma, deixa a falsa impressão de que isso seria o suficiente. E no âmbito civil ? Por que as pessoas não podem se casar e ter seus direitos salvaguardados ? Por que um casal homossexual não tem o direito de expor seu amor em um lugar público sem ser agredido física ou/e verbalmente por isso ?
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Essa carta do referido Chanceler vem como uma forma desesperadora de incitar o entrave da aprovação do PCL 122 neste momento, cuja iminência paira para sua inevitável e certa aprovação. Esse projeto de Lei não irá impor uma amordaça gay à sociedade brasileira. Ele dará condições visíveis de existência social e garantirá direitos humanos dignos aos homossexuais de serem tratados como cidadãos e pagadores de impostos que são.
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Toda essa argumentação mal alicerçada deste Chanceler denota sua insipiência quanto a valores reais da vida prática que preceitua o mínimo de respeito para com o próximo. Qualquer religião pode continuar a ser contra a homossexualidade ( Ser gay não é doença. Portanto, homossexualismo não se aplica a falas coerentes com a realidade humana e contemporânea) , contra a raça negra, ou contra judeus e afins. Porém, não poderá incitar a partir de sua convicção religiosa o ódio e a discriminação contra pessoas dessa categoria social.
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É isso que o PCL 122 nos assegurará na prática quando for, muito em breve, aprovado.

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